Encontro-me no abismo. Sem força, e sem rótulos para mim própria. Vi-o a passar e pedi-lhe que falasse, mas ele finjiu que não me via, e seguiu... com todas as palavras que me queria dizer. Sinto-o tão bem, que engoliu em seco, para não ter que me desejar de novo. E eu tenho os braços em ferida, de tanto querer ir, mas não ter forças para pisar o risco que agora nos separa. Porque era ele, era ele que me devia chamar a atenção, e fazer-me entender que o amor é um sentimento amavel e delicado... por mais que eu me sinta fraca, oh eu sei que a minha força está em ti. É por isso que te escrevo nesta tarde fria, com as pontas dos meus dedos cansados, e com um sorriso pregado na lua sem saber quando volta. É porque eu preciso tanto que este novo ano te mantenha sempre junto a mim, mesmo em noites que te chamo e tu não ouves. Mesmo em abraços inacabados e conversas fracas por si. Gosto muito de ti, de todas as vezes em que me apareces ao portão com um cigarro, e de mim quando estou contigo. Oh, gosto muito muito...