3.2.12


Todos os dias os vejo, vítimas do mesmo erro do mesmo mundo em que se quiseram colocar. Todos os dias os vejo, entre olhares desesperados com um pedido de auxílio que traduz qualquer palavra. Ali passam a vida a se tentarem curar da tentação em que caíram, nas loucuras que se puseram no passado. Paro e vejo que também lá posso cair, por vezes não temos noção dos abusos em que nos pomos. Prometo lutar contra isso mas enquanto esta crise me consume, a lei do consumismo apodera-se de mim, inconscientemente vou fazendo o errado. No fundo sei que não é o correcto para mim, no fundo sei que não será caminho para atingir os meus ideais… Mas também qual é o caminho? Qual é a outra força que posso colocar para me dar vontade de viver? Sinto que esta força mais forte que cada clique que a minha cabeça faz me mete num vazio. As minhas veias estão envenenadas, a minha mente está cansada, começo a viver à base de bloqueios, de amnésias. Tento fazer disto um caso que ninguém perceba, um caso que ninguém entenda pois só eu me poderei salvar dele. O caminho está traçado prometo tentar fugir dele… O “apetecer”, por vezes, tem tanta força que nem a nossa cabeça consegue controlar. Tornou-se uma eternidade medonha difícil de não corroer o corpo, difícil de não me separar em duas pessoas opostas. Falta a garra de tentar agarrar alguma coisa com todo o meu ser, isso desespera-me. Grito, procuro soluções mas não as tenho, foi aqui que arranjei a maneira de acalmar a dor, é aqui que me faz parecer uma pessoa mais forte. Sou tão senhora do meu nariz que o proibido apetece-me a cada hora, a cada segundo. A falta de compreensão faz com que seja a única coisa que me consiga fazer traduzir a mim mesma. As quedas que mandamos são tantas que já não conseguimos andar, já não conseguimos nos manter sem tremer, sem viver com receio. A vida é uma guerra constante e mesmo tendo a noção que talvez nunca possa sair triunfante apetece-me tentar. Contraditoriamente perco-me na solidão, agarrada a um passado que nunca poderá ser um futuro, desrespeito-me a mim própria acabando por não saber nada do que realmente me rodeia, parece tudo tão fictício, tão inseguro, tão incerto. Estou constantemente a ser assombrada por situações que possam ser apenas e somente fantasmas, coisas que já não me deveriam preocupar, já não me deveriam fazer duvidar. O estranho é que mesmo assim essas coisas não me saíem da cabeça, paralisam-me e não me deixam seguir em frente, preciso de um ombro onde me apoiar. O desespero é o pior sentimento que o ser humano pode sentir, leva-nos a cometer loucuras que jamais acharíamos ser capazes de praticar. Revolto a cabeça com essas loucuras acabando por cair quase num erro incontornável, capaz de levar a minha alma. É o maior risco a que nos podemos por à prova pois poucos são os que não acabam resistir. Isso faz-me compreender o maior ponto de interrogação que tenho na minha cabeça, mas confesso que também me aterroriza. Preciso da fé necessária em abundância, preciso de me sentir simplesmente com alguma felicidade, pois é algo essencial ao coração para nunca conjugar o verbo desistir. Quando falo em desistir, não tenho medo de o fazer em relação ao mundo mas sim em relação a mim. Esta solidão fria mudou a minha pessoa, mudou o meu ser, fez-me uma pessoa que não quero ser. A frieza tornou-se a minha defesa para matar este bicho que me possui e faz sentir tão mal com tudo mas mesmo assim sinto que não seja o suficiente. Talvez o erro seja querer cada vez mais e mais quando ainda tenho tanto por superar, talvez o erro esteja em, na verdade, ninguém se conseguir controlar a 100%. A velocidade a que oiço o meu coração está, dá-me arrepios. As lágrimas já não são cura, o sorriso já não é a cura, não sei que faça, não sei de que mais me possa mentalizar… Nós somos os nossos piores inimigos, nós somos a própria crueldade que aparece nas nossas vidas. Concretizar é a maior ambição que eternamente poderemos ter.

31 commentaires:

claire a dit…

eu deixo.leva-me onde ele quiser. escreves mesmo bem..

Anonyme a dit…

sigo, é lindo o blog *

Aurora a dit…

Que texto, que texto, oh... que me tiraste as palavras. Está lindo, mesmo. E oh, ly <3

Aurora a dit…

Que bom isso amor. Estás bem? <3

claire a dit…

oh é uma sensação linda..de podermos voar

Anonyme a dit…

de nada, está lindo o texto :)

claire a dit…

oh exacto,se é se é

Aurora a dit…

Então amor? Eu quero-te bem. Oh, eu nada bem... <3

samantha a dit…

está bonito.

Filipa a dit…

Depende muito dos dias, por vezes não me sinto :s

han a dit…

que palavras.. tantas coisas aqui que deixam a garganta em sufoco.

han a dit…

suponho que arriscar nao tenha de ser sempre mau..

samantha a dit…

mas como consegues escrever tão bem? ihih

máfs. a dit…

E uma lágrima caiu-me ao ler isto.. Está lindo

Aurora a dit…

Oh coração, fica rápido sim? Fica. E oh, sou eu e ele. <3

Aurora a dit…

diz-me o mail amor <3

Aurora a dit…

eu já o tenho amor <3

C a dit…

j'adore
sigo com gosto!

máfs. a dit…

Obrigada, mesmo <3

C a dit…

mil obrigadas, um beijinho para ti também riqueza <3

Filipa a dit…

Tens mesmo razão (;

C a dit…

boa noite, dorme bem <3

máfs. a dit…

Boa noite <3

Aurora a dit…

Mas não estás lá <3

han a dit…

sim.. talvez, talvez..

han a dit…

obrigada, de verdade.

Mónica a dit…

adoro o blog, vou seguir-te :)

Aurora a dit…

eu entrei em como aparecer off, e não estavas lá. oh, sabes que não gosto muito de ir lá. só se me pedirem muito <3

andrii a dit…

escreves tão bem, Meu Deus! E adoro a música de fundo. uma das minhas composições favoritas <3
sigo*

Aurora a dit…

91 e 96 amor

Aurora a dit…
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