Sabe-nos sempre tão bem uma mão amiga, um sorriso presente e um abraço apertado. Foi o teu papel ontem à noite. Soube-me a pouco. E enquanto me ouvias eu não pude deixar de reparar nos teus cabelos longos sobre a cara e na tua franja de menina, onde os teus olhos conjugavam ao pormenor mais pequenino. Mas costuma-se dizer, que é sempre melhor uma companhia de alguém de quem não estamos à espera do que por vezes de alguém que mantém a presença todos os dias. Começo eu então a pensar assim...porque no fundo foi o que aconteceu connosco e eu não fazia a menor ideia que te enchias de vontade para me ouvir. Só que eu vi em ti alguém bom. Uma pessoa cheia de amor, para dar e para receber também.

Mesmo que eu tentasse esconder o meu coração dentro de reticências tu tentavas sempre chegar mais longe. Perguntar mais, e ouvir-me cada vez com mais vontade. Foi isso que consegui admirar logo em ti, a tua capacidade de compreender a história de alguém que não te é familiar. E eu tentava sempre ser-te mais e mais, tentei refugiar-me em ti, como se da minha irmã se tratasse. Fiz do teu ombro um amigo. Deitei-me sobre ele e deixei-me estar em paz. Percebi que por ali a maré estava baixa e eu conseguia controlar o meu pensamento. Que já se tinha encontrado com a escuridão à dias atrás. E tu tinhas-me levado o medo, nem que fosse por instantes, mas levaste. Quero agradecer-te todos os dias por isso. És arco-íris, girassol que não me abandona, és tu. E eu quero continuar a encontrar-me contigo, todas as noites... um beijo doce no coração, may rose